~#APRECIADORES DO ABISMO#~

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

~# ☥ PREDIÇÃO ☥#~

Um raio rompe o céu naquela noite, seu som rompe e vai além dos mundos.
Virna acorda assustada, levanta-se e caminha em direção da janela que é aberta por suas mãos trêmulas.
A sensação de medo é muito aparente e ela não consegue esconder. Os trovões soam como tambores e os fechos de raios que rabiscam as nuvens, desenham um olhar que lhe assombra.
Dois olhos grandes lhe causam pavor. Como se algo viesse buscá-la e aproxima-se muito rápido.
Virna sente-se agoniada e sai pela porta do quarto se arremessando pela escada em espiral que parecem não ter fim.
Sua camisola possui uma calda que se arrasta pelos degraus. Sob o último degrau Virna encontra-se estática.

Os sons dos trovões estão mais próximos e tornam-se ensurdecedores. Ela parte em direção à porta da frente, mas sente que algo em instantes irá abrí-la e em encontro será inevitável. Então elimina esta alternativa.
Resolve, enfim sair pela porta dos fundos que dá para um imenso jardim.

O piso daquele casarão é todo quadriculado em preto e branco, onde os quadrados pretos afundaram-se e viraram buracos.
Sua imaginação não criaria tais momentos, mas ela arrisca-se ao perigo.

Virna sente medo e acima de tudo pressa. Consegue, enfim, a liberdade.
Corre sem saber para onde ir, mas por trás dela estava a casa e dela conseguia ouvir somente as portas baterem sem parar e repetidas vezes, até as janelas não agüentarem, estilhaçam todos os vidros.
Correndo pelo jardim sente-se aflita e ouve passos quebrando os galhos no caminho atrás dela e com certeza não eram os seus.
Desesperada, seu corpo encontra-se com um espantalho, que fica na plantação de legumes, o grito de pavor vem em sua garganta e rapidamente é sufocada pelas suas mãos.
Mas a criatura ainda esta no seu encalço. Virna atravessa um vale que termina à beira de um abismo e lá embaixo somente as ondas se arrebentando nas pedras. Percebe-se em uma situação sem saída.

O vento soprava forte, violento e a criatura se revela de uma sinuosa fumaça negra.
Pablo é seu nome.
E veio por um intuito apenas. Reinvidicar sua esposa. Ele apresenta-se muito Cortez e diz:
- Eu sou Pablo e sou um Vampiro.
Virna treme muito, sem ação não tem iniciativa alguma para ao menos apresentar-se.
- Você é muito bela e seu nome é Virna, ou estou enganado? Como também já foi Úrsula em sua vida passada.
- Não sei do que você esta falando. Meu nome é apenas Virna. Por que me persegue?
- Ela interrompe o diálogo.

- Vim ao teu encontro para te desposar. Não te recordas de tua promessa?
- Não fiz promessa para ninguém, muito menos para você! – Alterada ela responde sem compreender. Ele mergulha em suas lembranças.
- Nós éramos amantes, quando seu nome era Úrsula. Nunca tive coragem de lhe transformar ou apenas saciar minha sede. Amei-te demais, e assim, vivemos e nos completávamos.
Até você adoecer, então você me prometeu na hora de sua morte, que em sua próxima vida por direito serias minha novamente.
Você tem a essência de Úrsula.
Sabia que você já foi uma poderosa Bruxa?
E vejo que a tradição continua em ti. Com sua morte sofri muito. Seu espírito reencarna em ti pela primeira vez e pra mim não foi difícil encontrá-la, pois o poder e o aroma que seu espírito emana vem com muita facilidade ao meu encontro.
Novamente Virna interrompe:
- Não desejo ser sua esposa. Pois o meu destino me pertence e somente eu o governo.
- Não quero perder você porque dessa vez terei coragem e lhe transformarei, sentarás ao meu lado no trono como uma rainha.
O nosso amor se eternizará.
Virna grita:
- Naaaaaaaaaaaão!
Os relâmpagos e trovões cessam e somente o assovio do vento lhe vem aos ouvidos.
Ela completa:
- Será que em minha vida passada eu não lhe prometi algo mais? Virna aproxima-se do abismo, correndo perigo de cair.
- O que queres dizer? – Ele interroga.
- Talvez uma profecia do tipo, que você deve tentar encontrar a vida certa em que te aceitarei. Como já lha disse anteriormente, sou dona do meu destino e somente eu o governo! – Virna faz a revelação.
- Virna! Cuidado, venha comigo. Você esta na beira do abismo não te saída. – Pablo alerta.
- Você só não sabe de uma característica minha e isso Úrsula não lhe disse. Virna finaliza seu devaneio.
- De que mesmo na beira do abismo... Eu adoro voar... Virna atira-se na escuridão do abismo.
Ainda com o sorriso no rosto por ter acabado com o sonho de Pablo.

- Naaaaaaaaaaaaaão! – Pablo grita desesperado.
Um raio rompe o céu e seu som vai além dos mundos.

Virna acorda em súbito assombro, levanta-se e caminha até a janela.


( Liartemis)




Um comentário:

  1. ☥ É um imenso prazer ter meu singelo conto postado em sua página. Que tanto admiro e guardo no coração. ☥

    ☥ Beijos Soturnos ☥

    ☥ Liartemis ☥
    ☥Ravens House Brasil ☥

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